Inspiração na prática

Inspiro e olho minhas mãos unidas e os braços esticados, exalo e abaixo o tronco em um movimento sincronizado. Aos poucos a mente acompanha o movimento do corpo e o corpo, o ritmo da respiração.  Entro em uma suave conexão corpo, respiração e movimento.
Concentração total num fluxo contínuo, o corpo se move, a mente acompanha e a respiração flui. Flexiono os joelhos, deixando as coxas parelelas ao chão, sentindo os quadris se encaixarem harmoniosamente, acomodo os ombros  e logo após realizo um esforço mínimo para me manter estável. A própria força desaparece, volto à respiração que continua em um fluindo. Experimento a permanência no impermanente momento, e a sutileza da firmeza no conforto.
Sinto mais uma vez a flexibilidade do corpo, a elasticidade da mente e volto ao fluxo contínuo e ao ritmo moderado da respiração. Presença, consciência, permanência!
O esforço foi feito com moderação, com respeito. Continuo a nutrir meu ser de prana, deito-me confortavelmente sobre  solo e entrego-me a um profundo relaxamento. Uma entrega do corpo, da mente, da alma.
Entrego meus pensamentos, preocupações, entrego-me com carinho ao repouso, ao descanso de tudo aquilo que pode ter me cansado um dia. Por enquanto, nada mais precisa ser feito.
Sinto-me nutrida, protegida, acolhida.
Me sento de olhos fechados. Observo novamente a respiração constante, silenciosa.
Algo mudou, sempre muda a todo instante!
Namastê!